Reprodução assistida aumenta risco de morte fetal
Não podia deixar de comentar este artigo que recentemente está a invadir os meios de comunicação e informar-vos qual o risco a que efectivamente se referem.
No passado dia 8 de Janeiro, foi publicado um estudo coordenado pelo Dr. Michael Davies, do Instituto Robinson da Universidade de Adelaide, Austrália que diz que os bebés concebidos através de tratamentos de procriação medicamente assistida têm o dobro da probabilidade (1,1%) de morrer nos 28 dias a seguir ao parto quando comparados com aqueles concebidos espontaneamente (0,5% probabilidade). Este facto ocorre apenas para os casos de gravidez única, já que no caso de gravidez de gémeos as taxas de nado morto foram muito semelhantes (gravidez espontânea – 2,0% e gravidez com técnicas procriação medicamente assistida – 2,1%).
Para este estudo, o grupo analisou os dados perinatais de 300 mil nascimentos ocorridos no estado da Austrália do Sul entre Janeiro de 1986 e Dezembro de 2002. Destes nascimentos, 4.305 foram de bebés concebidos através de várias técnicas de reprodução assistida.
Observaram também que estas probabilidades variavam consoante o tratamento de procriação medicamente assistida utilizado. Os bebés concebidos por fecundação in vitro (FIV) convencional apresentavam ligeiramente maior probabilidade de ter baixo peso à nascença, de nascerem de parto prematuro e de morte neonatal quando comparados com os bebés concebidos por microinjeção espermática (ICSI). Por outro lado, no caso de bebés concebidos através de embriões congelados, estes riscos diminuíam consideravelmente para o caso dos bebés concebidos por ICSI mas mantinham-se idênticos para o caso dos bebés nascidos por FIV. Em contrapartida observaram que os bebés concebidos a partir de embriões congelados apresentavam maior probabilidade de apresentar macrossomia (peso excessivo ao nascer).
Depois de ler o artigo publicado pelo grupo do Dr. Michael Davies, fiquei um pouco mais descansada porque afinal apesar de existir um aumento da probabilidade de ocorrerem complicações perinatais nos recém nascidos concebidos por tratamentos de procriação medicamente assistida, esse aumento é apenas de 0.6% (e não superior como dava a entender). Por outro lado, tal com diz o Dr. Michael Davies, o estudo engloba nascimentos ocorridos entre 1986 e 2002, ou seja um intervalo de 16 anos em que houve um grande melhoramento na composição dos medicamentos utilizados para induzir a estimulação dos ovários pelo que os seus efeitos secundários são actualmente menores.
Deixo-vos o link do artigo para o caso de querem aprofundar os dados: artigo científico e o link da notícia que foi publicada pela TVI: notícia TVI
Boas leituras!
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