segunda-feira, 28 de abril de 2014

Passatempo Mustela - O meu laboratório de sonhos

Para celebrar o Dia da Mãe lançamos um passatempo com um mimo da Mustela!

Um dos objetivos deste blog é poder mimar os futuros papás. Como o Dia da Mãe é já no próximo domingo achamos uma excelente ideia premiar as nossas futuras mães, para que ultrapassem com sucesso a fase de tratamentos e nunca se esqueçam de cuidar da sua pele, evitando as temíveis estrias. Vamos oferecer 3 kits da Mustela compostos por um Anti-Estrias Dupla Ação (150 ml) e um Óleo de Cuidado Anti-Estrias (105 ml).
Podem participar até o dia 09 de Maio de 2014. Os vencedores serão escolhidos de forma aleatória através de random.org entre todos aqueles* que tenham o formulário totalmente preenchido e tenham um like na página da Mustela e na página de O meu Laboratório de Sonhos.

 *O passatempo é apenas válido para residentes em Portugal.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Leituras de Abril

O 25 de abril é uma das minhas datas favoritas. Significa a rotura com uma etapa escura do pais e o início do nosso Portugal actual. Além de isso foi mais um exemplo de como o povo português consegue coisas que mais ninguém consegue. Uma revolução sem sangue, sem tiros, com cravos é um facto inédito e do qual nos temos de orgulhar como portugueses e como pessoas.

Ouvi falar recentemente do livro de Ana Sofia Fonseca – As capitãs de Abril - editado pela esfera dos Livros e  fiquei com muita curiosidade de o ler. A autora recolheu o testemunho das mulheres, e companheiras de alguns dos militares de Abril e conta-nos uma história original da Revolução dos Cravos vivida no feminino.

Achei interessantíssima a história de Celeste Martins Caeiro, conhecida actualmente como a Celeste dos Cravos, que não era mulher de nenhum capitão de Abril, mas que foi a responsável pela presença dos cravos nesta revolução. Segundo descreve a autora, Celeste Caeiro trabalhava num snack-bar na rua Braancamp e no dia 25 de Abril o bar estaria cheio de cravos para dar às sua clientes como motivo do aniversário do bar. Devido à revolução, o bar não abriu nesse dia, e Celeste foi para casa com os cravos. Pelo caminho, um militar teria solicitado a Celeste um cigarro e como esta não tinha ofereceu-lhe um cravo que este prontamente colocou no canhão da sua espingarda. Assim nasceu o movimento dos cravos!




Quem tinha a impressão de que as mulheres não tinham tido um papel activo na revolução está enganado. Leiam o livro! Faz parte dos meus planos para este fim de semana!

 


"este livro dá voz à faceta menos conhecida do golpe. A revolução feita
pelos homens contada pelas mulheres, através das suas vivências, angústias
e sonhos. O retrato dos militares pelo seu olhar. em casa, entre quatro
paredes, os heróis de Abril, homens como os outros. O tempo escrevia-se
no masculino, as mulheres estavam remetidas ao espaço privado, afastadas
de muitos direitos e profissões."
Ana Sofia Fonseca
Livro Capitãs de Abril

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Embriões com fragmentação: quais as implicações?!

Uma das causas que conduz à paragem do desenvolvimento embrionário, e portanto impede a evolução dos embriões é a fragmentação. Quando nos referimos a fragmentação, falamos de pequenos fragmentos de citoplasma, sem núcleo, que estão presentes no embrião. Estes fragmentos podem impedir o desenvolvimento embrionário na medida em que em determinada fase do desenvolvimento as células do embrião deverão juntar-se (compactar) e formar uma mórula compacta (semelhante a uma esfera). A presença destes fragmentos é prejudicial pois pode dificultar o contacto entre as células e impossibilitar a formação da mórula compacta.

Se bem se recordam a ordem de evolução de um embrião humano até ao sexto dia de vida é a seguinte:

fase celular -> mórula -> blastocisto

Fig. 1- Desenvolvimento embrionário. Fonte: Shmoop Editorial Team, "Early Development - Shmoop Biology," Shmoop University, Inc., 11 November 2008, http://www.shmoop.com/animal-reproduction/early-development.html (accessed April 24, 2014).

A fragmentação tem também um impacto negativo na formação de blastocistos. Um estudo publicado pela equipa de Cohen e colaboradores que consistiu na análise dos vários factores que influenciavam o desenvolvimento embrionário, concluiu que apenas 16,5% dos embriões que apresentam mais do que 15% de fragmentos se desenvolviam até ao estadio de blastocisto enquanto que, nos casos em que a fragmentação presente nos embriões era inferior a 15% a probabilidade do embrião evoluir até ao estadio de blastocisto era de 33,3%. Este estudo concluiu também que o tipo de fragmentação era muito importante. Se os fragmentos estiverem localizados numa área do embrião, eles não vai influenciar de forma tão negativa o desenvolvimento embrionário como se os fragmentos estiverem espalhados por todo o embrião. Por outro lado também foi observado que quanto maiores forem os fragmentos mais comprometido estaria o desenvolvimento embrionário

Nas figuras que se seguem podem ver alguns exemplos de embriões fragmentados.


Fig. 2- Embrião com  três dias de vida. Apresenta 8 células  (nem todas são visíveis nesta foto) e 10% de fragmentos. Este embrião tem uma boa probabilidade de evoluir. 

Fig. 3 - Embrião com 2 dias de vida. Apresenta 25% de fragmentação. A probabilidade deste embrião evoluir é reduzida.

Fig. 4 - Embrião com 2 dias de vida. Não apresenta fragmentos. Este embrião de qualidade A tem alta probabilidade de evoluir.


Quando realizarem um tratamento de fertilização in vitro perguntem sempre qual a qualidade dos vossos embriões, quantas células têm e qual a % de fragmentos. Peçam que vos digam quais probabilidades desse embriões virem a dar origem a gravidez.

Boa sorte!

#embruão, #blastocisto

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Uma simples magia...

Adorei este truque de magia! Muito criativo!

Um mago decide "engravidar" a assistente. Esta não fica satisfeita com a barriga e então o mago faz aparecer o bebé!



Era bom que fosse possível! Bem... não tudo, porque acho que a fase da gravidez deve ser gozada com tempo e não deve passar despercebida!

Concordam?

terça-feira, 22 de abril de 2014

Sou infértil… e quê?!

Ontem falava com uma amiga. A minha amiga estava desesperada. Tinha casado há cerca de 2 anos e meio com o homem da sua vida e tinham ambos decidido aumentar a família. Depois de 2 anos de tentativas fracassadas, ela decidiu falar comigo e aconselhei-a a visitar um dos médicos especialistas em procriação medicamente assistida na clínica onde trabalho.
imagem de creative commoms site TN notícias

Ontem veio o diagnóstico. Aos 38 anos foi diagnosticada baixa reserva ovárica e o marido tem também pouca concentração de espermatozóides no sémen (oligozoospermia severa). Como ela ficou abatida! Parecia que o mundo ia acabar. Já lhe disse que situações como estas acontecem diariamente, e que apesar das taxas de sucesso nestes casos não serem as mais altas, há solução! Muitas vezes digo aos casais para os animar, e porque é verdade, e o observo no meu dia-a-dia: basta um único embrião de boa qualidade para implantar e dar origem a um bebé! Sobretudo é preciso não desanimar e se realmente querem ter um bebé devem avançar o mais rapidamente para um tratamento de reprodução in vitro. Devem falar com o médico especialista e perguntar se há algum medicamento, algumas vitaminas que possam tomar para melhorar a qualidade dos gâmetas. Muitas vezes são receitados antioxidantes para o parceiro masculino tomar durante os 3 meses prévios ao tratamento de fertilidade para diminuir os danos que os radicais livres (produzidos pelo stress oxidativo) possam produzir no DNA dos espermatozóides.

Acho que nestas situações é importante o casal estar unido e pensar com optimismo que está a fazer tudo ao seu alcance para conseguir uma gravidez evolutiva. Não devem ter sentimentos de culpa e pensar “e se tivéssemos tentado mais cedo”… “e se tivéssemos consultado um especialista mais cedo”… Agora não é tempo para pensar nos “e se”… mas sim actuar, pensar no futuro e construi-lo com optimismo. Não quero com isto dizer que o casal tenha que estar eufórico achar que vai conseguir ter êxito no primeiro tratamento de fertilidade que vai realizar. Na maior parte dos casos isso não acontece e não convém desamimar!

Felizmente que desde o nascimento do primeiro bebé proveta em 1978 a área da reprodução medicamente assistida tem evoluído exponencialmente. Hoje em dia há inúmeros tratamentos e inúmeras alternativas. Alguns casais têm sorte no primeiro tratamento que fazem…outros infelizmente têm que fazer mais tentativas, mas acreditem, são poucos aqueles que não conseguem atingir o seu objectivo: o de serem pais! Hoje disse à minha amiga, um dia ainda dirás: "sou infértil … e quê?"

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Diagnóstico genético dos embriões: deve-se fazer sempre?

Não. O Diagnóstico Genético dos embriões, isto é, o estudo genético dos embriões só deve ser feito em determinadas situações. Este estudo vai revelar-nos se os embriões são cromossomicamente normais (no caso de ser embrião feminino – deve ter a dotação cromossómica 46XX e no caso de ser masculino 46 XY) ou se têm alguma aneuploidia (número de cromossomas alterado).


A informação obtida com este diagnóstico é muito semelhante à que obtém após a amniocentese. A única diferença é que neste caso os embriões ainda não foram transferidos para a cavidade uterina, e portanto a mulher ainda não está grávida!

Vantagens: selecção dos embriões cromossomicamente normais; diminuição do risco de aborto.
Desvantagens: métodos invasivo, pode por em causa a sobrevivência do embrião.

Quando está indicado:
- Em mulheres a partir dos 39 anos;
- Casais com vários tratamentos de fertilidade sem gravidez;
- Casais com mais de três abortos;
- Factor masculino grave.

Em Portugal, para realizar o diagnóstico genético dos embriões, deve ser solicitado um parecer ao conselho nacional de procriação medicamente assistida (CNPMA). Só depois da obtenção do parecer favorável o casal pode avançar com o tratamento.

As taxas de gravidez obtidas após este tratamento são substancialmente mais elevadas (70%) mas o custo deste tratamento também é mais caro. Nem todos os centros estão aptos a realizar este tipo de técnicas, no entanto conversem com o vosso médico, se for o caso, ele saberá dizer-vos onde pode realizar.
Informem-se! 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

O meu laboratório de sonhos nas Barrigas de Amor

Tenho o prazer de anunciar que O meu laboratório de Sonhos foi escolhido como embaixador de um projecto no qual nos sentimos identificados como o Barrigas de Amor.

O Barrigas de Amor é uma iniciativa que nasceu da convicção de que é necessário colocar o tema da Natalidade em agenda, apostar em formação para a parentalidade e homenagear a Família. Neste sentido, é um evento com uma forte componente de formação e informação para toda a família. E sendo um dos meus objectivos promover e tentar dar um bocadinho de luz em todos os temas relacionados com a infertilidade e ajudar às futuras mães e pais, a associação a esta iniciativa tinha um grande potencialidade de se concretizar.

A nossa colaboração centra-se em duas áreas através do blog como embaixadora nas "Mães e pais na primeira pessoa" e como profissional da infertilidade no "Consultório".

Assim a partir de agora ajudaremos a comunicar algumas das iniciativas deste interessante projecto.

Espero que gostem!
Bjs

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Analisando o sémen...

Quando um casal vai pela primeira vez a uma consulta de infertilidade, o médico irá colocar algumas questões sobre o estado de saúde e hábitos do casal e também irá solicitar uma série de análises. É muito importante avaliar ambos os membros do casal, e sobretudo nos casos em que nunca ocorreu gravidez prévia, é muito frequente o médico solicitar uma análise ao sémen.


Análise de sémen: o espermograma

O sémen é composto por espermatozóides e por flúidos dos orgãos sexuais anexos (próstata e vesículas seminais).

Quando é realizada a análise de uma amostra de sémen, é feito um diagnóstico que de certo modo permite avaliar o potencial fértil de um homem e aconselhar qual o tipo de tratamento de fertilidade que se adequa ao casal. De modo algum podemos inferir se o homem será capaz de gerar ou não uma gravidez, já que para que tal aconteça tem que haver uma conjugação de múltiplos factores (masculinos e femininos). A análise do sémen pode variar muito ao longo do tempo e em algumas situações, para se poder confirmar o diagnóstico, é necessária a realização de um novo exame passados uns meses. Alguns factores externos como a febre, a ingestação de medicamentos, o tempo prolongado de abstinência sexual, podem alterar os parâmetros seminais pelo que o homem deve sempre responder ao questionário que lhe é colocado quando entrega a sua amostra de sémen.

Para a avaliação seminal, são normalmente utilizados os critérios definidos pela organização mundial de saúde que foram actualmente revistos em 2010 (OMS 2010).

Indicações para recolha da amostra:
A amostra de sémen deve ser recolhida por masturbação, e transportada à temperatura ambiente para o laboratório onde vai ser avaliada no espaço máximo de uma hora. Geralmente recomenda-se uma abstinência sexual de 3 a 5 dias. Não é conveniente uma abstinência muito prolongada pois são acumulados radicais livres que podem deteriorar a qualidade dos espermatozóides. A recolha de sémen é geralmente feita para um copo de plástico estéril (os mesmos que são utilizados para fazer recolha de urina para análise), no entanto também pode ser feita mediante o uso de preservativo especial (estes preservativos não podem conter qualquer agente espermicida pelo que devem ser fornecidos pelo laboratório de análise). Não se recomenda fazer a recolha de sémen após coito interrompido pois podem ser perdidas as primeiras gotas da ejaculação que são precisamente as mais concentradas em espermatozóides e por outro lado, pode aumentar a presença de bactérias.
Após a recolha de sémen, é muito importante verificar que o frasco de urina está devidamente identificado. A etiqueta deve estar colada no frasco e não na tampa do mesmo.

Parâmetros avaliados:
É feita uma análise macroscópica e microscópica do sémen.

Análise macroscópica:
- côr;
- viscosidade;
- volume;
- pH.

Análise microscópica:
- concentração de espermatozóides;
- mobilidade;
- aglutinação;
- morfologia.

A análise da concentração dos espermatozóides, é feita colocando uma pequena quantidade de sémen (10 µl) numa câmara especial para contagem – Mackler ou Neubauer. A mobilidade dos espermatozóides também é calculada nesta mesma câmara e para tal são estudados 100 espermatozóides.

PARÂMETROS SEMINAIS NORMAIS SEGUNDO OS CRITÉRIOS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS 2010)

• Volume de sémen ≥ 1,5 ml
• Concentração/ml ≥ 15 milhões /ml
• Mobilidade:
      o espermatozóides móveis progressivos ≥ 32%
      o espermatozóides móveis ≥ 40 %
• Morfologia ≥ 4% espermatozóides normais
• Vitalidade ≥ 58% espermatozóides vivos
• pH ≥ 7,2
• Leucócitos < 1,0 milhões/ml

E de acordo com estes parâmetros podemos classificar o sémen do seguinte modo:

Normozoospermia
A amostra de sémen cumpre os critérios da OMS 2010
Azoospermia:
Ausência de espermatozóides no ejaculado
Oligozoospermia:
Concentração de espermatozóides inferior ao valor de referência
Criptozoospermia:
Concentração de espermatozóides inferior a 0,1 mihões/ml
Astenozoospermia:
Mobilidade dos espermatozóides inferior ao valor de referência
Teratozoospermia:
% de espermatozóides inferior a 4%
Necrozoospermia:
% de espermatozóides vivos inferior a 58%

É importante referir que apesar de uma amostra de sémen ser considerada normal, não significa que os espermatozóides sejam capazes de fecundar e o contrário também se verifica, isto é, apesar de uma amostra não cumprir algum dos critérios de normalidade os espermatozóides podem ter capacidade de fecundação.

Um casal quando recebe o resultado da avaliação seminal, não deve ficar apreensivo. É muito importante que conversem com o médico assistente pois apesar de se verificarem alterações significativas de normalidade, actualmente existem tratamentos que poderão ajudar a ultrapassar as dificuldades! Nomeadamente, caso se observe baixa concentração de espermatozóides, mediante a técnica de microinjecção espermática (ICSI) é possível fecundar os ovócitos e assim obter embriões!

Para concluir, gostava de referir a importância de avaliar o parceiro masculino pois 40% das causas de infertilidade são de origem masculina!!!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

DIA MUNDIAL DO CAFÉ

O café pode trazer alguns benefícios para a saúde pois os seus componentes antioxidantes ajudam no combate aos radicais livres. Tomado com moderação o café diminui os riscos de desenvolver doenças cardiovasculares e alguns tipos de cancro. Por outro lado, não devem ser tomados mais do que 6 cafés por dia uma vez que o excesso de café pode causar irritabilidade, ansiedade, inquietação, insónia, dores de cabeça, náuseas e problemas gastro-intestinais.

Os portugueses bebem em média 2 cafés por dia e é no Norte da Europa e nos Estados Unidos que as pessoas bebem mais cafés chegando a tomar 6 cafés por dia!

A cafeína é um estimulante natural que nos dá energia e estimula para as actividades do dia e nos mantém mais alerta.

Tenha um bom dia … vai um café?

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Tenho síndrome do ovário poliquístico. O que é isso?

O Síndrome do ovário poliquístico (SOP) é um dos distúrbios endócrinos mais comuns nas mulheres em idade reprodutiva. Esta doença afecta entre 5-10% das mulheres em idade fértil das quais aproximadamente 20% são obesas, e está frequentemente associada à resistência à insulina, acompanhada por hiperinsulinemia (níveis excessivos de insulina no sangue) compensadora, hiperandrogenismo (níveis elevados de androgénios, hormonas masculinas, no sangue) e obsesidade. Nas formas mais leves da SOP, não há propriamente manifestações físicas, apenas uma maior dificuldade de obter gravidez e também uma maior probabilidade de abortos espontâneos.


A SOP está geralmente associada a uma causa genética, no entanto ainda não foi possível identificar o gene responsável por esta doença. Pensa-se que o que leva ao seu aparecimento será uma interacção de um pequeno número de genes entre si, em conjugação com uma série de factores ambientas.

Como diagnosticar esta doença?
Esta doença foi descrita pela primeira vez em 1935 por Stein e Leventhal, e desde então têm sido encontradas algumas variações desta síndrome.
Segundo os critérios definidos em 2004 pela ESHRE (European Society of Human Reproduction), para determinar a presença de SOP, a mulher deve manifestar pelo menos dois dos seguintes sintomas:

- oligovulação (menstruações irregulares, menos de 9 menstruações por ano) ou anovulação (sem ovulação);

- sinais clínicos e/ou bioquímicos de hiperandroginismo (que se pode manifestar por excesso de pelo nas costas e na cara e queda de cabelo);

- ovários de aspecto poliquístico. Isto é, ao ser realizada uma ecográfica, deve ser possível observar a presença de 12 ou mais folículos em cada ovário
de 2 a 9 mm de espessura, ou um ovário com tamanho aumentado. Convém referir que aproximadamente 25% das mulheres em idade reprodutiva apresentam ovários com muitos folículos e que portanto aparentam um aspecto poliquístico.

As mulheres que apresentam ovários poliquísticos, apresentam uma disfunção ovulatória o que lhes causa infertilidade.

Como tratar?
1) Alteração do estilo de vida. Como a grande maioria das pacientes é obesa, e por si só a obesidade conduz a alterações no ciclo menstrual, é importante que estas mulheres percam peso, fazendo dieta e exercício físico.
Se o IMC da mulher for superior a 28 KG/m2 será sempre aconselhável a mulher perder 5 a 10% do seu peso, uma vez que por si só isto pode ser suficiente para recuperar a função ovárica e melhorar a resposta ao tratamento.

2) Indução da ovulação. A grande maioria destas mulheres é estéril pois não tem ciclos ovulatórios. Deste modo, se o problema do casal for de momento os ciclos anovulatórios da mulher, pode ser realizada uma estimulação suave dos ovários de forma a obter apenas um ou dois folículos e realizar um coito programado ou uma inseminação intra-uterina.

3) Fecundação in vitro. Caso os tratamentos de inseminação artificial ou de coito programado não tenham resultado, ou no causo de existirem outras causas de infertilidade que não apenas a SOP é recomendada a realização de fecundação in vitro.

Até o momento não foi descoberta a cura para a SOP, no entanto é possível controlar os seus sintomas e prevenir efeitos secundários indesejados.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A importância dos animais de estimação

Muitas famílias se recusam a ter um animal de estimação pelo trabalho que estes possam vir a dar e pela alteração no quotidiano familiar que isso possa representar. Com a chegada de um animal surgem algumas tarefas novas e dependendo de que tipo de animal (cão, gato, canário, coelho, etc..) os cuidados adicionais podem ser maiores ou menores. Ao adquirir um animal, é sobretudo importante ter em conta as medidas de higiene e alimentação do novo amigo como também averiguarem qual a frequência de visitas ao veterinário, o número de vacinas e medicação que estes animais possam vir a necessitar que supõem um gasto económico adicional. Mas nem tudo são aspectos negativos. Vários especialistas em psicologia apontam os inúmeros benefícios que a chegada de um animal de estimação pode trazer para as crianças e que superam sem dúvida o trabalho que estes nos dão.

A interacção com animais de estimação, não só pode trazer benefícios paras as crianças como também para os adultos e em especial idosos e pessoas descapacitadas. Os benefícios destes novos amigos são inúmeros: ajudam a melhorar a auto-estima, na melhoria do estado de ânimo, ajudam a reduzir o stress e a criar uma noção de responsabilidade nas crianças.

A maioria dos especialistas indicam os 3 anos como a idade ideal partir da qual uma criança pode ter um animal de estimação. Nesta altura a criança já adquiriu uma certa autonomia e será capaz de entender certas regras necessárias para respeitar os animais (não puxar o rabo aos cães, etc…).

Um estudo publicado pela Universidade de Melbourn onde foi feita uma revisão de vários estudos publicados, veio concluir que as crianças sem antecedentes de familiares com alergias, e que estiveram em contacto com animais de estimação tiveram menores riscos de desenvolver doenças pulmonares e alérgicas dado que já tinham defesas contra os agentes infecciosos.

Caso ainda não estejam convencidos de partilhar a vossa vida com um animal de estimação, deixo-vos umas fotos muito ternurentas!

Momentos de partilha...

Um companheiro com quem dormir...


Um companheiro com quem brincar....


Foto:  Molly Wald, Best Friends Animal Society

Um companheiro para proteger e cuidar! 



#animais, #animaisestimação, #criancasanimaisestimacao, #pets

segunda-feira, 7 de abril de 2014

7 de Abril - dia mundial da saúde!

Hoje comemora-se o dia mundial da saúde. Este ano o tema escolhido foi a propagação de doenças por vectores.

" Uma pequena picada pode ser uma grande ameaça" este foi o slogan escolhido para este ano já que a maioria dos vectores são insectos contaminados por parasitas e vírus e que através de uma picada podem transmitir doenças como a malária, o dengue, febre amarela, etc.

A maioria destes insectos constitui uma ameaça nas zonas tropicais e subtropicais, mas actualmente, devido à facilidade de mobilidade das populações e ao aquecimento global que tem conduzido a alterações climáticas, já se tem observado a presença destas doenças em outras áreas geográficas. 

Mais de metade da população mundial está sujeita a ser infectada por estes artrópodes e é importante sensibilizar a população para que sejam tomados cuidados especiais para proteger as pessoas:
- proteger o corpo com roupas que cubram todo o corpo ou o uso de repelentes;
- o uso de redes protetoras nas janelas e portas;
- a eliminação de possíveis criadouros de mosquitos, tais como recipientes com água;
- administração de vacina, quando disponível (ex: febre amarela).

Deixo-vos um video onde podem ver algumas das medidas de prevenção!

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Depois da transferência dos embriões… o que fazer?

Volto a falar do período após a transferência dos embriões para a cavidade uterina. É uma fase complicada em que o casal e sobretudo a mulher não sabe o que fazer. Muitas senhoras perguntam se devem ficar em casa durante o tempo de espera até ao dia do teste de gravidez, se podem caminhar, se têm que ter algum cuidado especial com a alimentação, se é prejudicial o esforço que fazem quando vão à casa de banho pois muitas sofrem de prisão de ventre nesta etapa, etc.

Acho importante que nesta fase a mulher esteja tranquila e não faça nada que a possa deixar nervosa, inquieta, com dúvidas de que isso possa prejudicar o tratamento e sobretudo que mais tarde faça com que se sinta culpada porque o tratamento não resultou.

Em primeiro lugar, devem seguir as recomendações médicas. Se puderem ter uma vida mais tranquila nos dias a seguir à transferência seria o ideal, sobretudo entre o sétimo o e o oitavo dia após a punção dos ovários (essa é a altura em que devia ocorrer a implantação do(s) embri(ão)ões no útero). Mas se não conseguirem seguir estas recomendações também não é o fim do mundo!

Pensem que numa gestação espontânea, nos primeiros dias em que a mulher não sabe que está grávida ela não tem qualquer cuidado com a actividade física e não é isso que a vai impedir de engravidar e de seguir em frente com a sua gravidez. De facto, quando após um tratamento de fertilidade recomendamos à mulher que tenha uma vida mais calma, que não carregue com peso, que não faça actividade física é porque queremos eliminar qualquer efeito que possa ser negativo para o tratamento, por mais que pequeno que ele seja, porque realizamos um tratamento e canalizamos todas as "energias" para que funcione bem. Agora, ninguém se deve sentir culpado porque o tratamento não funcionou porque saiu do sofá ou porque teve que ir trabalhar no dia seguinte à transferência!

Relativamente à alimentação o ideal é terem o cuidado de beber muita água, comer fruta, e muitos vegetais para contrariar o efeito da prisão de ventre produzidos pela progesterona. E sim, a prisão de ventre é algo muito comum durante a gravidez e não é o esforço que se faz na casa de banho que vai fazer com que o embrião saia do útero!

Aproveitem estes dias para relaxar e viver a vida com mais calma. Se tiverem que ir para o trabalho com transportes públicos saiam de casa mais cedo, aproveitem para comprar um par de revistas e sentem-se no sofá a ler no final do dia. Peçam ajuda ao vosso companheiro para fazer o jantar… e sobretudo mimem-se e deixem-se mimar!

Relembro um post antigo onde descrevi os sintomas da gravidez!

quinta-feira, 3 de abril de 2014

A eclosão assistida: melhora a implantação dos embriões?

Os embriões humanos encontram-se protegidos por uma membrana de glicoproteínas, designada por zona pelúcida. Ao longo do desenvolvimento embrionário, a espessura da zona pelúcida vai ficando cada vez mais fina e para que ocorra a implantação dos embriões no útero materno eles devem ser capazes de romper essa membrana.

Quando um casal recorre a um tratamento de fecundação in vitro, por vezes, pode estar indicado realizar um pequeno orifício na zona pelúcida dos embriões que vão ser transferidos para a cavidade uterina para facilitar a implantação. Esta técnica designada por eclosão assistida, é realizada minutos antes da transferência dos embriões para a cavidade uterina, e pode ser feita utilizando Ácido de Tyrode’s (rutura química) ou laser (rutura mecânica por calor).

De facto, os estudos realizados não são unânimes em afirmar que a eclosão assistida aumenta a implantação dos embriões. No entanto, foi observado que para determinados grupos específicos as taxas de implantação aumentam quando se realiza esta técnica. 

Quando está indicado fazer a eclosão assistida?
- Em embriões com zonas pelúcidas densas;
- Em embriões de mulheres de idade avançada (idade superior a 38 anos);
- Quando o casal já fez vários tratamentos e nunca conseguiu gestação (falha repetida de implantação)
- Em embriões congelados (alguns estudos referem que a congelação pode contribuir para o endurecimento da zona pelúcida dos embriões e dificultar a sua ruptura natural).

A eclosão assistida é uma técnica invasiva e não está ainda comprovada a sua eficácia em embriões com bom prognóstico. Por essa razão não é realizada em todos os embriões.

Quando forem realizar um tratamento de fecundação in vitro perguntem ao vosso médico se acha importante a realização da eclosão assistida nos vossos embriões. Perguntem também se a equipa de embriólogos tem experiência nesta técnica pois pode danificar os embriões caso não seja bem executada. 

Deixo-vos um vídeo onde podem ver o que ocorre durante a eclosão espontânea do embrião e o processo da eclosão assistida.



Boa sorte!

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Adeus à chucha!

Os três anos afinal foram uma data histórica que vão marcar a vida do meu filho.

Por fim enchi-me de coragem e decidi que era a altura do mais pequeno abandonar a chucha. Fez agora três anos e pensei que era o momento certo para o fazer. Por agora o processo está a correr bem, salvo alguma outra noite em que acordou a chorar.

Na verdade não existe uma idade indicada em que as crianças devem ser desmamadas da chupeta ou do dedo. O ideal é que o façam até aos 3 anos, no entanto, muitas crianças continuam a chuchar até aos 4 anos de idade. A chucha representa um objecto de segurança e o acto de chuchar funciona como algo tranquilizante, anti-stress, um acto ritmado que lhes recorda o bater do coração da mãe quando ainda estavam protegidos no seu ventre. Muitas crianças têm dificuldade em adormecer sem este objecto pois sentem-se inseguras e o largar da chucha representa também um estímulo para aumentar a sua autoconfiança.

O largar a chucha deve ser feito de um modo suave e consciente pois a partir do momento em que os pais retiram a chucha não há volta atrás! O ideal é que a criança comece gradualmente a fazer menos uso dela. Comecem por retirar-lhes a chucha durante o dia, depois durante a sesta da tarde, e pouco a pouco vão conversando com o vosso filho, e digam-lhe que ele não necessita dela. Expliquem-lhe que ele já está a crescer e que os meninos mais velhos não usam chucha. 

Para que abandonem definitivamente a chucha, o ideal será encontrar uma data especial, como o dia do aniversário do vosso filho, o dia de Natal, o começo das férias, é importante que coincida com um momento agradável, em que eles se sintam bem e nunca com algo que lhes possa aumentar a insegurança (como a chegada de um irmão, a separação dos pais, a ida para a escola).
Quando acharem que os vossos filhos estão preparados, podem iniciar o processo de desmame da chupeta. Vão ver que afinal não custa muito!

Muitas vezes penso que a chucha também é um objecto para os pais que nos permite utilizar quando as crianças estão descontroladas, birrentas ou cansadas. De facto, acho que quem vai sentir mais falta da chucha vou ser eu! De momento estou muito orgulhosa do meu filho pois está a controlar muito bem a situação, está mais crescido! 

Com que idade retiraram a chucha aos vossos filhos? Fizeram-no de uma forma gradual? Partilhem as vossas experiências! 
*Imagem sem direitos. Creative Commons.

terça-feira, 1 de abril de 2014

A transferência de embriões congelados

Num ciclo de fecundação in vitro, os ovários da mulher são estimulados de modo a produzirem um maior número de ovócitos que depois são inseminados e alguns deles são fecundados pelos espermatozóides. Como resultado, são obtidos muitos embriões, mas geralmente, apenas 1 ou 2 serão transferidos para o útero da mulher. Aos embriões que não são transferidos para a cavidade uterina designamos de embriões excedentários. Se os embriões excedentários apresentarem requisitos mínimos de qualidade (divisão celular normal, pouca fragmentação e pouca multinucleação) podem ser congelados para mais tarde serem reutilizados num novo projecto parental.

Em que situações são congelados embriões?
Quando existem embriões excedentários ou quando não estão reunidas as condições ideais para transferir embriões após um ciclo de fecundação in vitro (por exemplo por existir um pólipo na cavidade uterina que necessita de ser removido).

Em que situações se utilizam os embriões congelados?
Após um tratamento que não resultou gravidez evolutiva ou porque o casal quer ter mais filhos.

Como proceder para programar a transferência dos embriões congelados?
Geralmente, a transferência dos embriões congelados pode ser feita no ciclo menstrual imediatamente a seguir ao tratamento de fecundação in vitro. Assim que o casal pretender transferir os seus embriões deverá entrar em contacto com o seu médico.

Para transferir os embriões, é necessário que o tecido que reveste o útero (endométrio) adquira uma determinada espessura. Essa espessura varia de mulher para mulher, mas em geral, considera-se que quando a linha endometrial atinge os de 8 mm de espessura, o útero está apto para receber os embriões.

Algumas mulheres não necessitam tomar qualquer medicação para que o endométrio cresça. Nesses casos, basta apenas que a mulher contacte o seu médico entre o 10º e o 12º dia da menstruação para agendar uma ecografia para que este possa avaliar como está a espessura do endométrio e assim programar a transferência dos embriões.
Por outro lado, há mulheres que necessitam tomar medicação para que o endométrio cresça e nesse caso devem ir à consulta nos primeiros dias da menstruação.

Após agendado o dia para a transferência dos embriões, o laboratório de fecundação in vitro deve ser informado para estar preparado para a descongelação dos embriões. Nesse mesmo dia, os embriões são descongelados e o casal é informado a que horas deve comparecer na clínica para colocar os embriões na cavidade uterina. 

A congelação torna-se pois uma técnica muito importante num laboratório de fecundação in vitro pois permite aumentar a eficácia de um tratamento de fecundação in vitro quando há congelação de embriões - ao congelar embriões, o casal tem mais embriões para transferir para a cavidade uterina, pelo que as probabilidades de gravidez num mesmo ciclo de fecundação in vitro são maiores.

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