sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O que é um blastocisto?

Um blastocisto é um embrião com 5 ou 6 dias de vida (em alguns casos, 7 dias) e que é composto por aproximadamente 200 células. Comparativamente aos embriões com menos dias, este embrião apresenta uma estrutura celular mais diferenciada, composta por uma cavidade central (cavidade do blastocelo) e por dois tipos de células: as células da trofoectoderme (que mais tarde se vão desenvolver e formar a placenta) e as células da massa celular interna (que irão formar o feto). O blastocisto representa o estadio de desenvolvimento embrionário prévio à implantação no útero materno.

Quais os tipos de blastocistos?

Durante o desenvolvimento embrionário existem vários tipos de blastocisto, e para simplificar a terminologia, nós embriologistas utilizamos algumas siglas (BI, BC, BE, BHi e BH). Os blastocistos evoluem de blastocisto inicial, para blastocisto cavitado, expandido e em eclosão. Passo a explicar:


- Blastocisto inicial (BI) (começa a observar-se uma pequena diferenciação das células);

- Blastocisto cavitado (BC) (já se observa uma cavidade mas esta cavidade ainda não ocupa mais de 50% do blastocisto; a zona pelúcida, que é a membrana que protege o blastocisto ainda se encontra espessa). Ver foto 1.


Foto 1 - Blastocisto Cavitado
   
- Blastocisto expandido (BE) (a cavidade do blastocelo já ocupa mais de 50% do blastocisto, além disso a zona pelúcida já está mais fina, preparando-se para romper). Ver foto 2.

Foto 2- Blastocisto Expandido

 - Blastocisto a iniciar eclosão (BHi) (o blastocisto já rompeu a zona pelúcida e incia o processo de implantação). Ver foto 3.

Foto 3- Blastocisto a iniciar eclosão
 (vejam a pequena coleção de células a sair no topo do blastocisto).

- Blastocisto eclodido (BH). O blastocisto já está pronto para a implantação no útero materno. Na foto 4 podem ver um blastocisto que está a meio do processo de eclosão, metade ainda está protegido pela zona pelúcida e por essa razão dizemos que parece o número 8!

Foto 4- Blastocisto em eclosão
                                                                                     
Quais as vantagens de transferir blastocistos?

A maior vantagem é a possibilidade de realizar uma melhor selecção embrionária. Por essa razão, os blastocistos apresentam maiores possibilidades de implantação, já que conseguiram evoluir para este estado embrionário mais avançado;

Além disso possível uma melhor sintonia entre as condições fisiológicas do meio uterino e o blastocisto, já que de uma forma espontânea os blastocistos  implantam na cavidade uterina.

Então porque não fazemos sempre transferência de blastocistos em todos os tratamentos?

Prolongar cultura de embriões em laboratório também tem os seus riscos. Não podemos prever se os embriões vão sobreviver e em algumas situações o casal poderia não ter embriões para transferir.

Quando é aconselhável deixar os embriões em cultura mais uns dias e fazer transferência de blastocitos?

É aconselhável que o casal tenha no mínimo 4 embriões de óptima qualidade. No entanto, no caso de casais que já tenham realizado vários tratamentos, sem sucesso, pode ser importante fazer uma cultura dos seus embriões em laboratório para saber se os embriões são evolutivos e se a ausência de gravidez pode ser devida a um bloqueio embrionário nas primeiras fases de divisão.

Em conclusão, cada tratamento é único, e sem dúvida o vosso médico será a pessoa indicada para avaliar o vosso tratamento e vos esclarecer se vale a pena arriscar a transferência de blastocistos.

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