quinta-feira, 6 de março de 2014

Os aspectos emocionais que podem surgir durante um tratamento de Infertilidade


Apesar da infertilidade ser um problema físico, ela pode ser responsável por transtornos emocionais e afectar profundamente quem dela padece. As espectativas das pessoas que iniciam os tratamentos são no princípio muito altas, pensam que em pouco tempo terão conseguido o seu objectivo mas, infelizmente, consoante o passar dos meses e a gravidez não acontece, a angústia e a incerteza quanto ao projecto de parentalidade vai aumentado e começam a surgir problemas emocionais importantes.

A infertilidade pode ser responsável por danificar a auto-estima de uma pessoa, por em causa a sua sexualidade e também gerar conflitos nas relações pessoais, na vida social e prejudicar o bem-estar do casal.

A grande maioria dos casais que enfrentam problemas de infertilidade referem ver grávidas e bebés por todos os lados. É como se tivessem sido excluídos de uma sociedade onde todos conseguem ampliar a família sem problemas. Dizem que se sentem incómodos quando lhes perguntam porque ainda não tiveram filhos e evitam estar com casais com filhos. No final a grande maioria destes casais termina por se isolar, por ser sentir tristeza, frustração, ansiedade e impotência na resolução do seu problema.

Depois há a ignorância da nossa sociedade que por desconhecer o que é a infertilidade, respondem que o problema deve ser o stress, que com umas férias o problema do casal deveria ficar resolvido. O facto é que 90% das causas de fertilidade são causas físicas, não são geradas por stress. O stress sim, esse é gerado pela infertilidade!

Quando o stress emocional da infertilidade aparece, com ele chegam também conflitos não resolvidos no presente e no passado o que pode gerar uma crise de identidade e no casal. Alguns desses casais acabam por não resistir aos tratamentos de infertilidade e acabam por se separar.

Por todos estes motivos, os casais que vivem esta problemática, deveriam contar com o apoio médico (ginecologista e em alguns casos urologista), mas também com o apoio de um psicólogo para os ajudar a superar as dificuldades que possam surgir.

Penso que é importante o casal conversar, conversar muito. Pensar na sua vida com e sem filhos. Ter algum amigo/a de confiança ou um familiar com quem possam desabafar e que os oiçam. Mas sobretudo, e o meu conselho é que não subestimem os vossos sentimentos. Procurem a ajuda de um psicólogo. E muito importante fortaleçam a vossa relação, é importante estarem unidos!

As minhas palavras mágicas são: calma, força e perseverança! O vosso momento há-de chegar!

1 comentário :

  1. Este texto descreve muito bem os muitos sentimentos por que passamos neste, no nosso caso já muito longo, tempo de espera pelo filho que tanto desejamos... As três palavras mágicas que refere são realmente essenciais para quem luta nesta "guerra" que tantas vezes sentimos que "nos calha" de forma tão injusta.

    Obrigada e beijinhos

    Carla Sofia dos Santos

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