quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

FIV LOW COST…. Alguma vez será possível?


Quando um casal tem que recorrer a técnicas de PMA (procriação medicamente assistida) para engravidar, uma das suas preocupações, é o custo elevado que essas técnicas possam ter. As técnicas de 1ª linha como por exemplo, a inseminação artificial podem custar aproximadamente 900 € enquanto que as técnicas de fertilização in vitro (chamadas de 2ª linha) podem custar aproximadamente 4500 €. O factor económico é um dos principais motivos que podem levar um casal a desistir deste projecto de parentalidade, ou pelo menos pode fazer com que este não se concretize tão rápido quanto o desejado pois obriga o casal a esperar até reunir as condições financeiras requeridas.

Mas afinal o que justifica o porquê destes custos?

 Os tratamentos de reprodução in vitro requerem equipamentos e condições muito especiais para permitir que os embriões se desenvolvam no melhor ambiente. Para além de serem utilizados equipamentos caros, estes requerem revisões periódicas para garantir que estão a funcionar dentro da normalidade. Por outro lado, o laboratório deve ser equipado com filtros especiais que impeçam a entrada de determinadas partículas dentro do laboratório. Tudo isto somado aos custos com os meios de cultura e material de laboratório como as placas, palhetas de criopreservação e a contratação de recursos humanos altamente especializados, encarece este tipo de tratamentos e faz com que estes não sejam exequíveis a qualquer pessoa e a qualquer sociedade.
Uma das preocupações que têm surgido é a acessibilidade aos tratamentos de reprodução medicamente assistida nas populações de países pobres e subdesenvolvidos. Nestes países que se debatem com problemas tais como a fome, a erradicação de doenças infecto-contagiosas como a malária, a tuberculose, o VIH e apresentam sistemas de saúde precários é muito questionável o financiamento para a realização deste tipo de tratamentos. Para poder por em prática estas técnicas de reprodução medicamente assistida estas têm que ser simplificadas de maneira a reduzir substancialmente os seus custos e optimizadas de forma a garantir taxas de gravidez minimamente aceitáveis. Um estudo feito por um grupo do Instituto Genk Institute for Fertility Technology na Bélgica, veio demonstrar que poderiam simular um incubador com um sistema de dois tubos de ensaio comunicados por um tubo de borracha em que um dos tubos serve para produzir CO2 (a partir de acido cítrico e bicarbonato de sódio) e assim gasear o meio onde crescem os embriões no outro tubo de ensaio. Deste modo seria possível realizar um ciclo de FIV com um custo aproximado de 200 €!!!. Aparentemente as taxas de gravidez ainda tem que ser melhoradas…


Creio que na nossa sociedade moderna e desenvolvida, caminhamos para a realização de tratamentos de reprodução medicamente assistida cada vez mais complexos que nos permitam aumentar as taxas de gravidez. Estamos ávidos de informação e a tendência dos laboratórios de Fecundação in vitro será a de adquirir equipamento cada vez mais sofisticado (e por conseguinte caro!) para poder registar cada vez mais informação sobre o estado dos embriões (como é o caso dos recentes incubadores que permitem uma gravação contínua dos embriões). Na minha opinião penso que será difícil criar na nossa sociedade um laboratório low cost com bons resultados, mas admito ser surpreendida! Penso que este tipo de laboratório poderá funcionar naqueles países em que as técnicas de PMA ainda não são uma prática usual e que a grande diferença poderá ser realiza-las ou não.

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