FIV LOW COST…. Alguma vez será possível?
Quando um casal tem que recorrer a técnicas de
PMA (procriação medicamente assistida) para engravidar, uma das suas
preocupações, é o custo elevado que essas técnicas possam ter. As técnicas de
1ª linha como por exemplo, a inseminação artificial podem custar aproximadamente
900 € enquanto que as técnicas de fertilização in vitro (chamadas de 2ª linha) podem custar aproximadamente 4500 €.
O factor económico é um dos principais motivos que podem levar um casal a
desistir deste projecto de parentalidade, ou pelo menos pode fazer com que este
não se concretize tão rápido quanto o desejado pois obriga o casal a esperar
até reunir as condições financeiras requeridas.
Mas afinal o que justifica o porquê destes custos?
Os
tratamentos de reprodução in vitro requerem equipamentos e condições muito
especiais para permitir que os embriões se desenvolvam no melhor ambiente. Para
além de serem utilizados equipamentos caros, estes requerem revisões periódicas
para garantir que estão a funcionar dentro da normalidade. Por outro lado, o
laboratório deve ser equipado com filtros especiais que impeçam a entrada de
determinadas partículas dentro do laboratório. Tudo isto somado aos custos com
os meios de cultura e material de laboratório como as placas, palhetas de
criopreservação e a contratação de recursos humanos altamente especializados,
encarece este tipo de tratamentos e faz com que estes não sejam exequíveis a qualquer
pessoa e a qualquer sociedade.
Uma das preocupações que têm surgido é a
acessibilidade aos tratamentos de reprodução medicamente assistida nas
populações de países pobres e subdesenvolvidos. Nestes países que se debatem
com problemas tais como a fome, a erradicação de doenças infecto-contagiosas como
a malária, a tuberculose, o VIH e apresentam sistemas de saúde precários é
muito questionável o financiamento para a realização deste tipo de tratamentos.
Para poder por em prática estas técnicas de reprodução medicamente assistida
estas têm que ser simplificadas de maneira a reduzir substancialmente os seus
custos e optimizadas de forma a garantir taxas de gravidez minimamente
aceitáveis. Um estudo feito por um grupo do Instituto Genk Institute for
Fertility Technology na Bélgica, veio demonstrar que poderiam simular um
incubador com um sistema de dois tubos de ensaio comunicados por um tubo de
borracha em que um dos tubos serve para produzir CO2 (a partir de acido
cítrico e bicarbonato de sódio) e assim gasear o meio onde crescem os embriões
no outro tubo de ensaio. Deste modo seria possível realizar um ciclo de FIV com
um custo aproximado de 200 €!!!. Aparentemente as taxas de gravidez ainda tem
que ser melhoradas…
Creio que na nossa sociedade moderna e
desenvolvida, caminhamos para a realização de tratamentos de reprodução medicamente
assistida cada vez mais complexos que nos permitam aumentar as taxas de
gravidez. Estamos ávidos de informação e a tendência dos laboratórios de
Fecundação in vitro será a de adquirir equipamento cada vez mais sofisticado (e
por conseguinte caro!) para poder registar cada vez mais informação sobre o
estado dos embriões (como é o caso dos recentes incubadores que permitem uma
gravação contínua dos embriões). Na minha opinião penso que será difícil criar
na nossa sociedade um laboratório low cost com bons resultados, mas admito ser
surpreendida! Penso que este tipo de laboratório poderá funcionar naqueles
países em que as técnicas de PMA ainda não são uma prática usual e que a grande
diferença poderá ser realiza-las ou não.
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