sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Viajar em família

Que stress... hoje parece que o relógio anda mais depressa e não tenho tempo para nada. Hoje vou viajar com toda a família e logo hoje parece que os miúdos não querem colaborar! Ela porque quer a saia cor de rosa ... ele porque depois de vestido e lavado resolve fazer um daqueles cocós que me obriga a trocar de fralda mas pior que isso me obriga a mudar a roupa toda.... e o tempo a passar!!! Por momentos sou invadida por sentimentos de arrependimento por ter decidido viajar com toda a família e respiro fundo para me tranquilizar.

  
Depois de finalmente ter reunido todas as malas e malinhas com roupa extra para os meninos (não vá um incidente mal cheiroso acontecer em pleno voo) conseguimos sair de casa e apanhar um táxi rumo ao aeroporto. Felizmente que aqui têm filas destinadas a famílias o que nos permite recuperar parte do tempo perdido. O pessoal de terra é especialmente atencioso e parece já estar habituado a tanta confusão. Nem acredito quando finalmente nos sentamos no avião e partimos numa viajem de uma hora e meia rumo a Valência! “Por favor queiram apertar os sintos de segurança e endireitar as costas das cadeiras” – relaxo ao ouvir a voz da hospedeira de bordo. Vamos levantar voo… as crianças da excitação e cansaço já dormem! Afinal viajar é maravilhoso!!!


Ser pais depois de um cancro é possível, mas…

Quando é diagnosticado um cancro a um doente jovem, a sua primeira preocupação será certamente a de sobrevivência e não a preservação da sua fertilidade. Contudo, e dado os avanços nos tratamentos oncológicos, as taxas de sobrevivência destes doentes são cada vez maiores e como consequência há cada vez mais casais que vêm posteriormente a consultas de infertilidade porque um dos membros já passou por um tratamento deste tipo.


Sabe-se que a quimioterapia e a radioterapia podem comprometer para sempre a fertilidade de um doente. No caso das mulheres, podem induzir a diminuição de hormonas levando a uma menopausa precoce. No caso dos homens, pode afectar as células espermáticas conduzindo a uma diminuição no número de espermatozóides. A maioria destas situações são irreversíveis, ou seja, os doentes podem ficar estéreis para sempre. Por essa razão, e sempre que o pronóstico de tratamento dos doentes for bom, deve pensar-se no futuro do doente e uma das opções que se lhe deveria apresentar antes de se submeterem a tratamentos oncológicos é a possibilidade de preservar a sua fertilidade. No caso dos homens seria necessário congelar amostras de sémen antes do início da quimioterapia ou da radioterapia. No caso das mulheres, os tratamentos de preservação de fertilidade são mais complexos e podem ser, a congelação de ovócitos (ou de embriões, caso tenha parceiro) e/ou a congelação do córtex ovárico. Para fazer a congelação de ovócitos, a mulher tem que ser submetida a uma estimulação ovárica, no final da qual se extraem os ovócitos e aqueles que forem maduros serão congelados por vitrificação. Estes ovócitos permanecerão congelados até que a mulher esteja curada e manifeste o desejo de ser mãe, tendo que se submeter após a descongelação dos ovócitos a um tratamento de procriação medicamente assistida. Torna-se pois importante que haja uma sensibilização dos médicos oncologistas para a preservação da fertilidade dos seu doentes pois, apesar de não ser uma garantia de uma gravidez futura, será certamente um recurso a utilizar no caso dos doentes se apresentarem inférteis após os tratamentos oncológicos.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Partos prematuros

No dia de 17 de Novembro foi comemorado o dia da prematuridade. Infelizmente os dados revelam que em Portugal o número de partos prematuros continua a aumentar tendo-se observado que em 2012, a taxa de partos prematuros, isto é, que ocorreram antes das 37 semanas, foi de 7,8% (um acréscimo de 4 décimas relativamente ao ano anterior). Este aumento da prematuridade pode estar relacionado com a idade avançada das mulheres quando engravidam (22% das mulheres tem mais de 35 anos), com o tabagismo, com a introdução das técnicas de Procriação Medicamente Assistida (que aumentam as gestações gemelares), com os avanços nos cuidados obstétricos que actualmente são realizados e que previnem que ocorra a morte destes bebés antes do nascimento, e em certos casos com a ausência de cuidados obstétricos. Um bebé prematuro apresenta o seu organismo ainda imaturo e é muito vulnerável a determinadas doenças e mais sensível a factores externos como o ruído e a luz. Um dos principais problemas que estes bebés apresentam, prende-se com a imaturidade do sistema respiratório pelo que a introdução de corticoesteróides antes do nascimento tem vindo a ajudar a maturação dos pulmões, evitando em muitos casos a necessidade de recorrer à ventilação forçada dos bebés após o nascimento. Como curiosidade fiquem sabendo que o limiar da prematuridade em 2012 foram as 25 semanas de gestação e um peso de 600 g. A notícia animadora é que Portugal é também um dos países com melhores cuidados neonatais e portanto a taxa de sobrevivência destes bebés é alta. Um bem-haja para todas as equipas de cuidados neonatais que ajudam tantas família nesta fase de luta inicial por estas novas vidas!


Visitem o facebook da associação XXS
http://www.facebook.com/xxs.prematuros e não deixem de votar na campanha da “ENE, MEN, MINI” na página  http://www.enemenemini.eu/ para que haja maior sensibilização nos cuidados aos recém nascidos prematuros e maior apoio às suas famílias.

Bjs

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O excesso de peso pode prejudicar a fertilidade…


Noutro dia li um artigo muito interessante em que tinham analisado mais de 10 mil tratamentos, realizados em mulheres receptoras de óvulos, e que tinham observado que as taxas de gravidez e implantação das mulheres obesas (IMC (índice de massa corporal) > 30) eram consideravelmente inferiores quando comparadas com as taxas de gravidez e implantação de mulheres com peso normal. Nessa análise observaram que quanto maior era a obesidade feminina menor era a capacidade reprodutiva e que no final dos tratamentos as mulheres obesas tinham 27% menos recém nascidos vivos que as mulheres de peso normal. 

Nesse artigo  aconselhavam a qualquer mulher que pretendesse submeter-se a um tratamento de fertilidade (quer fosse com os seus próprio óvulos quer fosse como receptora de óvulos) a perder peso caso não estivesse de dentro dos valores aceitáveis de IMC. Esta é mais uma dica e mais uma questão para colocarem ao vosso médico especialista…

Bjs

domingo, 24 de novembro de 2013

A primeira consulta de infertilidade

Se está a ler este artigo é porque já marcou uma primeira consulta de infertilidade. Se está a ler este artigo é porque por fim juntos decidiram que tinham que procurar ajuda para concretizar o vosso sonho, o de ser pais. Aviso desde já que o caminho pode não ser é fácil. Muitos casais não conseguem o seu positivo no primeiro tratamento que realizam, mas não devem desanimar.

O que levar à consulta de infertilidade? É aconselhável levarem toda a documentação que tiverem: exames realizados (ex: mamografias, ecografias), análises clínicas.

O que esperar na primeira consulta? O médico irá solicitar várias informações do casal: há quanto tempo tentam conceber; o nº de gestações prévias; o nº de abortos prévios. Irá perguntar-vos também sobre os vossos hábitos tóxicos como é o caso do consumo de álcool, tabaco e drogas.

Quais os exames que podem ser realizados durante a primeira consulta:

Observação da mulher:
  • Realização de uma ecografia vaginal e contagem dos folículos antrais;
  • Peso e altura;
  • Realização de uma simulação de um teste de transferência que serve para ver se é fácil aceder à cavidade uterina com um cateter. Este teste, geralmente só é realizado na primeira fase do ciclo menstrual – fase em que ainda não ocorreu ovulação e portanto não há suspeitas de uma possível gravidez);
Observação do homem:
  • Pode ser pedido um espermograma caso o senhor nunca tenha realizado nenhum ou caso haja suspeitas de que possam existir alterações seminais (por exemplo caso o senhor tenha feito alguma medicação).
Geralmente não é na primeira consulta que o médico especialista vai indicar um tratamento. Geralmente vai ter que aguardar pelos resultados dos exames solicitados para depois definir qual o tratamento que se adequa melhor ao casal.


Ânimo, agora só vos faltará aguardar pelos resultados, para voltar a conversar com o médico especialista e darem início ao tratamento. 

sábado, 23 de novembro de 2013

Olá mundo... quem eu sou

Sou responsável de um laboratório de fecundação in vitro e diariamente são-me colocadas várias questões sobre infertilidade. Actualmente são diversos os avanços na área da medicina da reprodução e é perfeitamente aceitável que os casais cada vez mais se questionem sobre o tipo de tratamento a que se vão submeter. Foi por essa razão que decidi criar este blog onde pretendo partilhar convosco os meus pensamentos e reflexões relativos à infertilidade. De momento quero deixar-vos um conselho que devem cumprir com rigor: esclareçam todas as dúvidas com um médico especialista e não se deixem intimidar pelos comentários infelizes de pessoas que não conhecem o vosso caso, a vossa história.

Quero aproveitar também para vos dar sugestões para que o tempo passe desapercebido enquanto esperam o resultado de um tratamento. Até porque a vida não pára…  Espero poder ser útil e que gostem deste blog!
Bjs


EXZHG2973SBR 

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