segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Quais os sintomas de gravidez após a transferência dos embriões?

No período que vai desde a transferência dos embriões até ao teste de gravidez (aproximadamente 14 dias) a mulher pode experimentar muitos sintomas… ou até nenhum! Esta é uma fase de muita ansiedade e o tempo parece andar mais devagar… a grande maioria das mulheres tenta procurar “sinais“ no corpo que lhes dêem indícios de que ocorreu implantação do embrião,  mas de facto só terá uma resposta definitiva no dia em que receber o resultado do teste de gravidez.

É importante referir que os sintomas de gestação após o tratamento de fecundação in vitro (FIV) são idênticos aos de uma gestação espontânea, no entanto, como no caso dos tratamentos de FIV, as mulheres necessitam tomar muitas hormonas, entre elas a progesterona, estas podem produzir efeitos secundários idênticos aos de uma gravidez, pelo que não se devem entusiasmar muito se tiverem esses sintomas.

Quais os sintomas mais comuns durante esta fase?
A grande maioria das mulheres refere cólicas menstruais, o peito e a barriga inchados, cansaço e por vezes, uma ligeira perda sanguínea entre o 7º e 9º dia após a extracção dos ovócitos (o pode ser um indicativo de que houve implantação do embrião). Além disso, muitas mulheres não apresentam qualquer hemorragia no dia do teste de gravidez. Como vos disse, estes sintomas são frequentes e não significam absolutamente nada… é necessário fazer o teste de gravidez!  

Quais os sintomas que podem indicar mau prognóstico?
Se a mulher tiver uma hemorragia muito grande, deve avisar imediatamente o seu médico para que este lhe indique o que fazer. Não é muito frequente ocorrerem grandes hemorragias nos dias imediatamente a seguir à transferência dos embriões e isto pode ser um indício de que os níveis progesterona no sangue estão baixos. Por outro lado, também podem ocorrer hemorragias (tipo menstruação) nos dias imediatamente antes da realização do teste de gravidez. Em ambas as situações o médico deve ser sempre avisado, e na grande maioria dos casos é indicada a realização do teste de gravidez em sangue (para descartar um possível aborto).


O meu conselho é que após a transferência dos embriões sigam as indicações do vosso médico assistente, tentem ocupar os vossos dias com actividades que não envolvam grandes esforços, leiam um bom livro, vão ao cinema, aproveitem para ir tomar café com as amigas, ir jantar fora com o marido, relaxar e … deixem a natureza fazer o seu trabalho! Como costumo dizer, cada caso é um caso e cada gravidez é única. 


Boa sorte!!!

Incentivo à Natalidade

Noutro dia fiquei alegremente surpreendida com a notícia de que existe uma Câmara Municipal em Portugal, a Câmara de  Vimioso que desde 2002 (!!!) procura apoiar a Natalidade. Por cada bebé nascido, o casal recebe um incentivo, que inicialmente era de 500 euros e neste momento já atingiu os 1000 euros e o pagamento das vacinas que não fazem parte do plano nacional de vacinação. Segundo os dados, desde 2002, a Câmara Municipal de Vimioso já deu apoio a 300 bebés e ao que parece, o ano de 2013 foi o ano em que nasceram mais crianças (40). Ao incentivar a natalidade, o concelho pretende também a fixação de casais jovens e o aumento da população residente.


De facto, todos sabemos que estes montantes não são suficientes para criar um bebé, mas não deixam de ser uma ajuda significativa e um exemplo a seguir pelos governantes para criar medidas para incentivar a Natalidade. Afinal o que faz uma nação são as pessoas… e o nosso país está a ficar cada vez mais desabitado.
Para mais informação ver video notícia RTP

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Oh Oh Oh… mais um Natal passou!

Mais um Natal que passou…
Mais uma casa para arrumar…
Mais uns quilos para perder…
E uma semana para recuperar!

O ano novo está a chegar…
Mas ainda temos tempo para pensar…
No que queremos pedir…
Para que 2014 seja ESPECTACULAR!!!



Vão pensando nos vossos objectivos para o próximo ano, não sejam demasiado ambiciosos mas sejam audazes … pensem qual a melhor forma de os atingir, e depois procurem ser incisivos, lutadores e não deixem que vos afastem do caminho traçado!!!  …. A sorte não aparece por acaso … procurem-na!  Desejo-vos um feliz ano novo!!

Follow my blog with Bloglovin

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Bebés por catálogo


Recentemente li um artigo que falava de uma empresa americana que tinha criado um método para escolher as características físicas do futuro filho. Através de um diagnóstico genético dos embriões seria possível determinar o sexo dos bebés e também algumas características físicas tais como a cor dos olhos e do cabelo. Mas será isto eticamente correcto? Em Portugal, com a lei vigente não seria possível fazer este tipo de estudo. Actualmente utilizam-se técnicas semelhantes (Diagnostico Genético Pré implantação) para determinar anomalias genéticas nos embriões e também detectar a presença de doenças graves como por exemplo a drepanocitose e a anemia de Fancon que são geneticamente transmissíveis. 


De facto não deixam de ser impressionantes os avanços da ciência mas será que se justifica a necessidade de escolher as características físicas dos nossos filhos, será que estes avanços devem ser utilizados?... penso que não.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Fecundação in vitro


A fecundação in vitro ocorre quando um espermatozóide fecunda um ovócito fora do organismo materno. Em geral, é um procedimento que tem taxas de fecundação aproximadamente de 70% a 80% e cujas taxas de gravidez são superiores à dos tratamentos de inseminação. São procedimentos mais invasivos pois necessitamos de recolher os ovócitos e os espermatozóides e processa-los em laboratório.

- Obtenção dos ovócitos:


1) Estimulação ovárica:

O primeiro passo para a obtenção dos ovócitos é a realização de uma estimulação ovárica, ou seja, a estimulação dos ovários para que estes produzam vários folículos (cada folículo dará origem a um ovócito). Durante este processo, são administradas injecções diárias de hormonas e a mulher deve deslocar-se à clínica de dois em dois dias (a periodicidade varia de mulher para mulher) para ser feita uma ecografia vaginal para que o médico possa avaliar o desenvolvimento dos vários folículos. Durante esta fase também podem ser solicitadas análises sanguíneas para avaliar o nível de estradiol.
Quando um número aceitável de folículos atinge o tamanho médio de 18 mm o médico deve programar a punção. Para tal, deve ser administrada bHCG para induzir a ovulação e a maturação final dos folículos e a punção deve ser realizada 36 horas após a administração desta hormona.

 
2) Punção folicular

Durante a punção folicular, a senhora geralmente está sedada, o médico mediante uma agulha muito fina vai puncionando os vários folículos e os tubos de ensaio contendo o líquido folicular com os ovócitos vão para o laboratório. Uma vez ai, os ovócitos são processados e devem aguardar no mínimo 4 horas para serem inseminados.
Nesse mesmo dia o marido deverá fazer a recolha da amostra de sémen ou deverá dar indicação ao laboratório para utilizar uma amostra de sémen previamente congelada (por vezes é difícil que o marido esteja presente no dia da punção e por essa razão pode congelar previamente sémen).

- Inseminação dos óvulos

 

Os óvulos podem ser inseminados por FIV convencional ou através de microinjeção (ICSI - IntraCytoplasmic Sperm Injection). Na técnica de FIV convencional os ovócitos são colocados numa mesma placa de meio onde está o sémen e a fecundação dos ovócitos ocorre por um processo de selecção natural dos espermatozóides. Na técnica de ICSI é o biólogo quem selecciona os espermatozóides (de acordo com as características morfológicas) para fecundar os ovócitos. É um processo mais invasivo mas que no geral tem taxas de fecundação mais elevadas do que o processo de FIV convencional.

- Fecundação e cultura dos embriões em laboratório

Os embriões resultantes dos ovócitos fecundados são deixados em cultura em laboratório durante alguns dias até serem transferidos ou congelados. Durante esses dias são registados os parâmetros morfológicos dos embriões (número de células, % de fragmentação, simetria das células e multinucleação). No final, de acordo com esses parâmetros e com a divisão celular são escolhidos os melhores embriões para transferir. É normal que alguns embriões não sobrevivam em laboratório e é normal que alguns embriões sejam considerados não viáveis por não apresentarem parâmetros morfológicos normais. Muitas senhoras se queixam que durante o processo de fecundação in vitro o nº de ovócitos e embriões está sempre a diminuir… mas se pensarmos, estamos a fazer uma selecção dos melhores embriões e portanto é normal que alguns embriões não resistam em laboratório. No entanto também temos casos em que todos os embriões são viáveis.

- A transferência

A transferência consiste na colocação dos embriões na cavidade uterina utilizando para tal um cateter. É um processo que pode demorar cerca de 15 minutos e é indolor e como tal não necessita sedação.

- Embriões excedentários
O que acontece com os restantes embriões viáveis que não foram transferidos? Estes podem ser congelados no dia transferência ou então podem ficar uns dias mais em observação no laboratório para verificar se a sua evolução é favorável e se estiverem bem serão congelados num estado de desenvolvimento mais avançado. 
Google+

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A viagem...





Os dias passados em Valência foram maravilhosos, a cidade tem um vasto leque de actividades que permitem manter toda a família ocupada e contente. Fomos passear para o complexo da Ciudad de las Artes y de las Ciencias, que é muito interessante do ponto de vista arquitectónico, cultural e científico. Este complexo, desenhado pelo arquiteto Santiago Calatrava (o mesmo que desenhou a estação do Oriente em Lisboa) é composto por vários elementos dos quais destaco o Hemisférico (que funciona como um cinema IMAX), o museu Principe Felipe (museu de ciências, interactivo, muito didáctico sobretudo para os mais novos) e o Oceanográfico (este é o maior aquário de toda a europa, onde existem mais de 500 espécies marinhas, deveras impressionante!). A visita a este complexo pode demorar até dois dias, mas mesmo assim ainda ficámos com tempo para passear nas ruas planas e solarengas de Valência. A cidade tem uma dimensão muito simpática e é muito fácil deslocar-mo-nos de um local a outro, inclusive alugando bicicletas.  A oferta gastronómica é fabulosa, e por isso não nos privamos de almoçar uma deliciosa paella de carne e verduras (um dos pratos típicos) e mais tarde, lanchar uma taça de chocolate quente com buñuelos acabados de fazer. É fantástico como apenas 3 dias de férias nos pareceram eternos e nos permitiram fugir aos compromissos e rotinas diárias. No regresso, chegámos a Lisboa como novos! Aconselho vivamente! 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

FIV LOW COST…. Alguma vez será possível?


Quando um casal tem que recorrer a técnicas de PMA (procriação medicamente assistida) para engravidar, uma das suas preocupações, é o custo elevado que essas técnicas possam ter. As técnicas de 1ª linha como por exemplo, a inseminação artificial podem custar aproximadamente 900 € enquanto que as técnicas de fertilização in vitro (chamadas de 2ª linha) podem custar aproximadamente 4500 €. O factor económico é um dos principais motivos que podem levar um casal a desistir deste projecto de parentalidade, ou pelo menos pode fazer com que este não se concretize tão rápido quanto o desejado pois obriga o casal a esperar até reunir as condições financeiras requeridas.

Mas afinal o que justifica o porquê destes custos?

 Os tratamentos de reprodução in vitro requerem equipamentos e condições muito especiais para permitir que os embriões se desenvolvam no melhor ambiente. Para além de serem utilizados equipamentos caros, estes requerem revisões periódicas para garantir que estão a funcionar dentro da normalidade. Por outro lado, o laboratório deve ser equipado com filtros especiais que impeçam a entrada de determinadas partículas dentro do laboratório. Tudo isto somado aos custos com os meios de cultura e material de laboratório como as placas, palhetas de criopreservação e a contratação de recursos humanos altamente especializados, encarece este tipo de tratamentos e faz com que estes não sejam exequíveis a qualquer pessoa e a qualquer sociedade.
Uma das preocupações que têm surgido é a acessibilidade aos tratamentos de reprodução medicamente assistida nas populações de países pobres e subdesenvolvidos. Nestes países que se debatem com problemas tais como a fome, a erradicação de doenças infecto-contagiosas como a malária, a tuberculose, o VIH e apresentam sistemas de saúde precários é muito questionável o financiamento para a realização deste tipo de tratamentos. Para poder por em prática estas técnicas de reprodução medicamente assistida estas têm que ser simplificadas de maneira a reduzir substancialmente os seus custos e optimizadas de forma a garantir taxas de gravidez minimamente aceitáveis. Um estudo feito por um grupo do Instituto Genk Institute for Fertility Technology na Bélgica, veio demonstrar que poderiam simular um incubador com um sistema de dois tubos de ensaio comunicados por um tubo de borracha em que um dos tubos serve para produzir CO2 (a partir de acido cítrico e bicarbonato de sódio) e assim gasear o meio onde crescem os embriões no outro tubo de ensaio. Deste modo seria possível realizar um ciclo de FIV com um custo aproximado de 200 €!!!. Aparentemente as taxas de gravidez ainda tem que ser melhoradas…


Creio que na nossa sociedade moderna e desenvolvida, caminhamos para a realização de tratamentos de reprodução medicamente assistida cada vez mais complexos que nos permitam aumentar as taxas de gravidez. Estamos ávidos de informação e a tendência dos laboratórios de Fecundação in vitro será a de adquirir equipamento cada vez mais sofisticado (e por conseguinte caro!) para poder registar cada vez mais informação sobre o estado dos embriões (como é o caso dos recentes incubadores que permitem uma gravação contínua dos embriões). Na minha opinião penso que será difícil criar na nossa sociedade um laboratório low cost com bons resultados, mas admito ser surpreendida! Penso que este tipo de laboratório poderá funcionar naqueles países em que as técnicas de PMA ainda não são uma prática usual e que a grande diferença poderá ser realiza-las ou não.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Adoro o mês de Dezembro ...

Finalmente estamos em Dezembro! É o mês do Natal, da correria para as compras, mês do convívio, dos jantares e almoçaradas com a família e com os amigos, mês da caridade, em que nos lembrarmos todos daqueles que estão mais necessitados e partilhamos o que temos. É nesta altura que nos lembramos do tal amigo ou familiar a quem já não ligamos há já algum tempo. É também o mês do acerto de contas (e não me refiro ao IRS!!!), pensamos retrospectivamente em todo o ano e lançamos um desafio para o próximo. É o mês em que desejamos fazer mais e melhor. Nos meus momentos de calma, delicio-me a observar os enfeites de Natal nas montras, passear nas ruas iluminadas de Lisboa e parar para tomar um chá numa boa pastelaria acompanhado com uns scones e compota acabados de fazer. No final, adoro a sensação de sair para a rua e sentir o ar frio e húmido da nossa cidade. Na verdade, agora que penso, adoro o mês de Dezembro…

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A transferência dos embriões

Chegou o grande dia em que vai ser feita a transferência dos embriões (ou do embrião). Este é um momento especialmente emocionante mas também pode ser angustiante. O casal deve chegar com tempo à clínica para que possa relaxar e com calma preparar-se para o procedimento. Antes da transferência, o médico deverá fazer um resumo de como correu o desenvolvimento dos embriões em laboratório e especificar com maior detalhe as características dos embriões candidatos a transferir. O ideal será ter um ou dois embriões de boa qualidade para transferir e também alguns embriões para congelar, que poderão ser utilizados no futuro, caso o presente tratamento não funcione. A transferência em si é um procedimento relativamente rápido, indolor e que raramente requer anestesia. Em geral não dura mais do que 15 minutos, e quando terminada, a mulher deve ficar deitada mais 15 a 30 minutos.

Quais as recomendações após a transferência dos embriões? 


Muitas senhoras questionam se devem ficar em casa de repouso até realizarem o teste de gravidez, ou se realmente podem fazer a vida normal. De facto não há fórmula mágica e até mesmo o repouso após a transferência dos embriões é algo controverso. Há médicos que recomendam repouso absoluto durante todos esses dias e outros não recomendam qualquer tipo de repouso. O ideal será a mulher evitar realizar exercício físico intenso, ter relações sexuais e carregar com volumes pesados. Se pensarmos nas mulheres que engravidam espontaneamente, elas não tomam qualquer medida especial porque não sabem que estão grávidas! Durante o período de espera pelo resultado do teste, o casal deve agir de forma a criar o mínimo de situações de ansiedade possíveis. Ficar em casa de repouso absoluto poderá causar maior ansiedade na mulher uma vez que vai ter mais tempo para pensar em todo o tratamento. O ideal será prosseguir com a rotina de actividades do dia a dia e tentar abstrair-se o mais que poder do tratamento. O lema é: faça o que a deixar mais tranquila e não deixe de perguntar ao seu médico especialista, lembre-se que cada caso é um caso e ele melhor do que ninguém deverá saber aconselha-la! Boa sorte!

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Viajar em família

Que stress... hoje parece que o relógio anda mais depressa e não tenho tempo para nada. Hoje vou viajar com toda a família e logo hoje parece que os miúdos não querem colaborar! Ela porque quer a saia cor de rosa ... ele porque depois de vestido e lavado resolve fazer um daqueles cocós que me obriga a trocar de fralda mas pior que isso me obriga a mudar a roupa toda.... e o tempo a passar!!! Por momentos sou invadida por sentimentos de arrependimento por ter decidido viajar com toda a família e respiro fundo para me tranquilizar.

  
Depois de finalmente ter reunido todas as malas e malinhas com roupa extra para os meninos (não vá um incidente mal cheiroso acontecer em pleno voo) conseguimos sair de casa e apanhar um táxi rumo ao aeroporto. Felizmente que aqui têm filas destinadas a famílias o que nos permite recuperar parte do tempo perdido. O pessoal de terra é especialmente atencioso e parece já estar habituado a tanta confusão. Nem acredito quando finalmente nos sentamos no avião e partimos numa viajem de uma hora e meia rumo a Valência! “Por favor queiram apertar os sintos de segurança e endireitar as costas das cadeiras” – relaxo ao ouvir a voz da hospedeira de bordo. Vamos levantar voo… as crianças da excitação e cansaço já dormem! Afinal viajar é maravilhoso!!!


Ser pais depois de um cancro é possível, mas…

Quando é diagnosticado um cancro a um doente jovem, a sua primeira preocupação será certamente a de sobrevivência e não a preservação da sua fertilidade. Contudo, e dado os avanços nos tratamentos oncológicos, as taxas de sobrevivência destes doentes são cada vez maiores e como consequência há cada vez mais casais que vêm posteriormente a consultas de infertilidade porque um dos membros já passou por um tratamento deste tipo.


Sabe-se que a quimioterapia e a radioterapia podem comprometer para sempre a fertilidade de um doente. No caso das mulheres, podem induzir a diminuição de hormonas levando a uma menopausa precoce. No caso dos homens, pode afectar as células espermáticas conduzindo a uma diminuição no número de espermatozóides. A maioria destas situações são irreversíveis, ou seja, os doentes podem ficar estéreis para sempre. Por essa razão, e sempre que o pronóstico de tratamento dos doentes for bom, deve pensar-se no futuro do doente e uma das opções que se lhe deveria apresentar antes de se submeterem a tratamentos oncológicos é a possibilidade de preservar a sua fertilidade. No caso dos homens seria necessário congelar amostras de sémen antes do início da quimioterapia ou da radioterapia. No caso das mulheres, os tratamentos de preservação de fertilidade são mais complexos e podem ser, a congelação de ovócitos (ou de embriões, caso tenha parceiro) e/ou a congelação do córtex ovárico. Para fazer a congelação de ovócitos, a mulher tem que ser submetida a uma estimulação ovárica, no final da qual se extraem os ovócitos e aqueles que forem maduros serão congelados por vitrificação. Estes ovócitos permanecerão congelados até que a mulher esteja curada e manifeste o desejo de ser mãe, tendo que se submeter após a descongelação dos ovócitos a um tratamento de procriação medicamente assistida. Torna-se pois importante que haja uma sensibilização dos médicos oncologistas para a preservação da fertilidade dos seu doentes pois, apesar de não ser uma garantia de uma gravidez futura, será certamente um recurso a utilizar no caso dos doentes se apresentarem inférteis após os tratamentos oncológicos.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Partos prematuros

No dia de 17 de Novembro foi comemorado o dia da prematuridade. Infelizmente os dados revelam que em Portugal o número de partos prematuros continua a aumentar tendo-se observado que em 2012, a taxa de partos prematuros, isto é, que ocorreram antes das 37 semanas, foi de 7,8% (um acréscimo de 4 décimas relativamente ao ano anterior). Este aumento da prematuridade pode estar relacionado com a idade avançada das mulheres quando engravidam (22% das mulheres tem mais de 35 anos), com o tabagismo, com a introdução das técnicas de Procriação Medicamente Assistida (que aumentam as gestações gemelares), com os avanços nos cuidados obstétricos que actualmente são realizados e que previnem que ocorra a morte destes bebés antes do nascimento, e em certos casos com a ausência de cuidados obstétricos. Um bebé prematuro apresenta o seu organismo ainda imaturo e é muito vulnerável a determinadas doenças e mais sensível a factores externos como o ruído e a luz. Um dos principais problemas que estes bebés apresentam, prende-se com a imaturidade do sistema respiratório pelo que a introdução de corticoesteróides antes do nascimento tem vindo a ajudar a maturação dos pulmões, evitando em muitos casos a necessidade de recorrer à ventilação forçada dos bebés após o nascimento. Como curiosidade fiquem sabendo que o limiar da prematuridade em 2012 foram as 25 semanas de gestação e um peso de 600 g. A notícia animadora é que Portugal é também um dos países com melhores cuidados neonatais e portanto a taxa de sobrevivência destes bebés é alta. Um bem-haja para todas as equipas de cuidados neonatais que ajudam tantas família nesta fase de luta inicial por estas novas vidas!


Visitem o facebook da associação XXS
http://www.facebook.com/xxs.prematuros e não deixem de votar na campanha da “ENE, MEN, MINI” na página  http://www.enemenemini.eu/ para que haja maior sensibilização nos cuidados aos recém nascidos prematuros e maior apoio às suas famílias.

Bjs

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O excesso de peso pode prejudicar a fertilidade…


Noutro dia li um artigo muito interessante em que tinham analisado mais de 10 mil tratamentos, realizados em mulheres receptoras de óvulos, e que tinham observado que as taxas de gravidez e implantação das mulheres obesas (IMC (índice de massa corporal) > 30) eram consideravelmente inferiores quando comparadas com as taxas de gravidez e implantação de mulheres com peso normal. Nessa análise observaram que quanto maior era a obesidade feminina menor era a capacidade reprodutiva e que no final dos tratamentos as mulheres obesas tinham 27% menos recém nascidos vivos que as mulheres de peso normal. 

Nesse artigo  aconselhavam a qualquer mulher que pretendesse submeter-se a um tratamento de fertilidade (quer fosse com os seus próprio óvulos quer fosse como receptora de óvulos) a perder peso caso não estivesse de dentro dos valores aceitáveis de IMC. Esta é mais uma dica e mais uma questão para colocarem ao vosso médico especialista…

Bjs

domingo, 24 de novembro de 2013

A primeira consulta de infertilidade

Se está a ler este artigo é porque já marcou uma primeira consulta de infertilidade. Se está a ler este artigo é porque por fim juntos decidiram que tinham que procurar ajuda para concretizar o vosso sonho, o de ser pais. Aviso desde já que o caminho pode não ser é fácil. Muitos casais não conseguem o seu positivo no primeiro tratamento que realizam, mas não devem desanimar.

O que levar à consulta de infertilidade? É aconselhável levarem toda a documentação que tiverem: exames realizados (ex: mamografias, ecografias), análises clínicas.

O que esperar na primeira consulta? O médico irá solicitar várias informações do casal: há quanto tempo tentam conceber; o nº de gestações prévias; o nº de abortos prévios. Irá perguntar-vos também sobre os vossos hábitos tóxicos como é o caso do consumo de álcool, tabaco e drogas.

Quais os exames que podem ser realizados durante a primeira consulta:

Observação da mulher:
  • Realização de uma ecografia vaginal e contagem dos folículos antrais;
  • Peso e altura;
  • Realização de uma simulação de um teste de transferência que serve para ver se é fácil aceder à cavidade uterina com um cateter. Este teste, geralmente só é realizado na primeira fase do ciclo menstrual – fase em que ainda não ocorreu ovulação e portanto não há suspeitas de uma possível gravidez);
Observação do homem:
  • Pode ser pedido um espermograma caso o senhor nunca tenha realizado nenhum ou caso haja suspeitas de que possam existir alterações seminais (por exemplo caso o senhor tenha feito alguma medicação).
Geralmente não é na primeira consulta que o médico especialista vai indicar um tratamento. Geralmente vai ter que aguardar pelos resultados dos exames solicitados para depois definir qual o tratamento que se adequa melhor ao casal.


Ânimo, agora só vos faltará aguardar pelos resultados, para voltar a conversar com o médico especialista e darem início ao tratamento. 

sábado, 23 de novembro de 2013

Olá mundo... quem eu sou

Sou responsável de um laboratório de fecundação in vitro e diariamente são-me colocadas várias questões sobre infertilidade. Actualmente são diversos os avanços na área da medicina da reprodução e é perfeitamente aceitável que os casais cada vez mais se questionem sobre o tipo de tratamento a que se vão submeter. Foi por essa razão que decidi criar este blog onde pretendo partilhar convosco os meus pensamentos e reflexões relativos à infertilidade. De momento quero deixar-vos um conselho que devem cumprir com rigor: esclareçam todas as dúvidas com um médico especialista e não se deixem intimidar pelos comentários infelizes de pessoas que não conhecem o vosso caso, a vossa história.

Quero aproveitar também para vos dar sugestões para que o tempo passe desapercebido enquanto esperam o resultado de um tratamento. Até porque a vida não pára…  Espero poder ser útil e que gostem deste blog!
Bjs


EXZHG2973SBR 

Google+

Artigos mais lidos