sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Gestação múltipla: algo a evitar.

Desde que as técnicas de fertilização in vitro começaram a ser utilizadas por um maior número de casais que se tem observado um aumento significativo do número das gestações múltiplas e especialmente de gestações gemelares. Apesar da felicidade em "duplicado" que sentem os futuros papás muitas vezes os casais desconhecem os riscos que as gestações múltiplas podem trazer para a saúde da mãe e dos bebés.


Todos sabemos que as técnicas de procriação medicamente assistida são dispendiosas e que podem provocar um desgaste psíquico grande para o casal. Nesse sentido, e de forma a maximizar o resultado do tratamentos muitos casais e também alguns centros preferem transferir dois embriões para a cavidade uterina pois assim aumentam as chances de êxito. Além disso muitos casais referem que preferem engravidar de gémeos para “ficarem já despachados e não terem que passar outra vez por novo tratamento”. Atualmente, cerca de 25 a 35% das gestações após fertilização in vitro dão origem a uma gestação múltipla.

Torna-se importante alertar os casais e sensibiliza-los para a importância de evitar a tudo o custo transferir 2 ou mais embriões para a cavidade uterina, sobretudo nas situações em que os embriões apresentam ambos boa qualidade. A gestação múltipla está associada a um aumento de 6 vezes da ocorrência de parto prematuro, a um aumento do dobro da probabilidade de ocorrência de diabetes gestacional, hipertensão, maior risco de nascimento de bebés com baixo peso e a uma maior taxa mortalidade perinatal.

Uma gestação gemelar apresenta tantos riscos para a mãe e para os bebés que os casais deviam ser aconselhados a transferir apenas um embrião para a cavidade uterina. Hoje em dia, dado os avanços da técnica da criopreservação que permitiram um aumento substâncial das taxas de sobrevivência embrionária, os centros de Procriação Medicamente Assisitida deveriam ter um programa especial para incentivar os casais a transferir apenas um embrião e a congelar os embriões excedentários.

Fale com o seu médico ! Boa sorte!

#gravidez, #gravidezgemelar, #gemeos, #infertilidade

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Endometriose

Ontem fui surpreendida pela visita de uma amiga. Conhecemo-nos desde pequenas mas já não falávamos há algum tempo pois vivemos em cidades distintas. Ela apareceu para uma consulta na clínica. Há muito que se queixava de dores durante a menstruação que de início não ligou pois ia tomando medicação, mas com o passar dos anos as dores ficaram mais intensas e a medicação deixou de fazer efeito. Teve que consultar um médico que após alguns exames lhe diagnosticou endometriose. Nessa altura a minha amiga acabou por começar a tomar a pílula para inibir a menstruação e o problema ficou temporariamente resolvido. Ontem ela apareceu na clínica pois tinha casado e levava já dois anos a tentar engravidar e não conseguia. Fiquei contente por vê-la. Estava animada e decidida a ultrapassar a situação. Uma vez identificada a possível causa de infertilidade, não convém que o casal espere muito tempo até consultar um especialista.

A endometriose é uma doença que afeta aproximadamente 10% das mulheres em idade reprodutiva e estima-se que 35 a 40% das mulheres com endometriose sofram de infertilidade. Esta doença pode afetar as trompas de Falópio pois podem apresentar aderências e se estiver presente nos ovários pode também conduzir a uma diminuição da reserva ovárica (reduzindo o número de folículos/ovócitos produzidos) e também pode conduzir à diminuição da qualidade dos ovócitos.

É fundamental que as mulheres sejam alertadas para os sintomas desta doença e que consultem um especialista para evitar que esta doença se agrave.

#endometriose

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