terça-feira, 24 de novembro de 2015

Parasitas podem alterar a fertilidade

Um estudo realizado nos Tsimane - um grupo de indígenas caçadores e horticultores residentes na Amazónia boliviana – consistiu em analisar como os parasitas afetam a fertilidade feminina.

O estudo foi conduzido por grupo de cientistas americanos e bolivianos e começou pela simples observação de Melanie Martin, uma antropóloga norte americana da Universidade de Santa Bárbara, que estava a fazer trabalho de pesquisa com o seu marido junto àquela tribo na Bolívia. O propósito inicial de Melanie era estudar os hábitos de alimentação, amamentação e saúde materno-infantil dos Tsimane.

Durante a sua estadia com aquela tribo, Melanie e o seu marido decidiram engravidar. Como a gravidez aconteceu tão rapidamente, Melanie quando regressou aos EUA, comentou com os seus colegas médicos e bioquímicos que talvez os parasitas presentes na Amazónia a tivessem ajudado.

Melanie sabia que a média de filhos de cada mulher daquela tribo era de 9 filhos. Além disso, na tribo dos Tsimane, 70 % da população está infectada por parasitas intestinais. Os mais comuns são a Ancylostoma duodenale e a Ascaris lumbricóides (lombriga). Após 9 anos de observação e recolha de dados sobre esta população, com início em 2004, os cientistas observaram que as mulheres infetadas pelos Ancylostoma duodenales apresentavam intervalos entre cada gravidez mais longos, enquanto as infetadas pelas lombrigas tinham maior probabilidade de engravidar.

De acordo com os investigadores, muitos parasitas provocam no nosso organismo uma alteração do sistema imunitário, semelhante à que acontece durante a gravidez e que se caracteriza por uma diminuição de possíveis respostas inflamatórias que possam impedir essa gravidez. É talvez por esta razão que as mulheres infectadas com lombrigas têm maior probabilidade de gestação.

Sem dúvida uma explicação muito interessante. Espero que continuem com as investigações para que possamos entender melhor as causas de infertilidade!


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