segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Congelar óvulos para adiar a maternidade

Hoje em dia as mulheres têm filhos cada vez mais tarde. Os motivos mais comuns que as levam a adiar a maternidade são a ausência de companheiro, instabilidade económica, conclusão dos estudos ou instabilidade no trabalho.


Este atraso na maternidade, pode ter algumas consequências menos boas, nomeadamente, a diminuição da fertilidade, e como tal dificuldades em conceber. Este efeito nota-se sobretudo em mulheres com idade superior a 38 anos. Por esta razão, hoje em dia, as mulheres com mais de 30 anos que não têm em vista nenhum projecto reprodutivo, podem ser aconselhadas a congelar os seus óvulos e assim preservar a sua fertilidade. Mais tarde, caso não consigam engravidar espontaneamente podem sempre utilizar os óvulos congelados.


Convém referir que a criopreservação dos óvulos só por si não garante que a mulher consiga uma gravidez futura.

Em Portugal, a técnica de criopreservação de óvulos já está disponível e foi motivo de uma reportagem que surgiu na SIC e na qual participo. Mostra um caso real de uma mulher que congelou os seu óvulos e que ainda não é mãe. Vejam aqui. Espero que gostem !


Se quiserem mais informações podem ver também aqui

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Parasitas podem alterar a fertilidade

Um estudo realizado nos Tsimane - um grupo de indígenas caçadores e horticultores residentes na Amazónia boliviana – consistiu em analisar como os parasitas afetam a fertilidade feminina.

O estudo foi conduzido por grupo de cientistas americanos e bolivianos e começou pela simples observação de Melanie Martin, uma antropóloga norte americana da Universidade de Santa Bárbara, que estava a fazer trabalho de pesquisa com o seu marido junto àquela tribo na Bolívia. O propósito inicial de Melanie era estudar os hábitos de alimentação, amamentação e saúde materno-infantil dos Tsimane.

Durante a sua estadia com aquela tribo, Melanie e o seu marido decidiram engravidar. Como a gravidez aconteceu tão rapidamente, Melanie quando regressou aos EUA, comentou com os seus colegas médicos e bioquímicos que talvez os parasitas presentes na Amazónia a tivessem ajudado.

Melanie sabia que a média de filhos de cada mulher daquela tribo era de 9 filhos. Além disso, na tribo dos Tsimane, 70 % da população está infectada por parasitas intestinais. Os mais comuns são a Ancylostoma duodenale e a Ascaris lumbricóides (lombriga). Após 9 anos de observação e recolha de dados sobre esta população, com início em 2004, os cientistas observaram que as mulheres infetadas pelos Ancylostoma duodenales apresentavam intervalos entre cada gravidez mais longos, enquanto as infetadas pelas lombrigas tinham maior probabilidade de engravidar.

De acordo com os investigadores, muitos parasitas provocam no nosso organismo uma alteração do sistema imunitário, semelhante à que acontece durante a gravidez e que se caracteriza por uma diminuição de possíveis respostas inflamatórias que possam impedir essa gravidez. É talvez por esta razão que as mulheres infectadas com lombrigas têm maior probabilidade de gestação.

Sem dúvida uma explicação muito interessante. Espero que continuem com as investigações para que possamos entender melhor as causas de infertilidade!


#infertilidadeparasitas
#Tsimanefertilidade

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

SABIA QUE ….

DADOS SOBRE INFERTILIDADE

• Um em cada seis casais tem problemas de fertilidade pelo menos uma vez durante a sua vida reprodutiva.

Creative Commons Licensing [Flickr, Our 3 Week Old Girl, Jan. 28, 2008]
9% das mulheres com idades compreendidas entre os 20 e os 44 anos têm dificuldade em engravidar após 12 meses de tentativas.

20 a 30% dos casos de infertilidade são atribuídos a fatores masculinos, 20 a 35% têm origem feminina e 25 a 40% são atribuídos a ambos os parceiros. Em 10 a 20% dos casos não é possível identificar uma causa concreta.

• A infertilidade está associada ao estilo de vida, ao consumo de tabaco, ao peso e ao stress. Uma das causas mais comuns é a idade avançada da mulher quando pretende ter filhos.

• Estima-se que terão nascido 5 milhões de bebés no mundo após tratamento de reprodução assistida.

• A grande maioria dos tratamentos de reprodução assistia destinam-se a mulheres entre os 30 e os 39 anos.

Dados de 2014 publicados pela  European Society of Human Reproduction

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Pela nossa saúde, não fume!

Hoje comemora-se o dia mundial do não fumador com o objectivo de consciencializar as populações para os efeitos maléficos do tabaco.

Imagem; ZME Science
Quando um cigarro se acende, o fumador apenas ingere parte desse fumo, o restante é queimado e lançado para o ambiente e pode ser inalado por quem estiver por perto – o fumador passivo. O tabaco é um dos responsáveis pelas principais causas de morte atuais mas não só. Além de encurtar a esperança média de vida de quem fuma, os fumadores passivos sobretudo as crianças também sofrem efeitos imediatos do tabaco tais como: tosse, aumento de alergias (em especial das vias respiratórias), aumento de infeções, irritação nos olhos, manifestações nasais, dores de cabeça, entre muitas outras.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o tabagismo passivo é a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, a seguir ao tabagismo ativo e ao consumo de álcool excessivo.


Pela sua saúde e pela saúde de quem está perto de si, não fume!

Para quem quer engravidar, não esqueça que o tabaco também é uma das causas de infertilidade!

#tabaco; #diamundialnaofumador

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Falando sobre engravidar ... outra vez!

Muitos casais não compreendem como após o nascimento de um filho saudável possam vir a ter problemas para voltar engravidar. “Foi tão rápido da primeira vez!” refere Maria (nome fictício). “Apenas foi deixar de tomar a pílula e nos dois meses seguintes estava grávida do Francisco.” Agora, 3 anos mais tarde Maria começa a estar preocupada pois está há mais de um ano a tentar ter outro filho e não entende porque é que nada funciona. Começou por consultar o seu ginecologista que depois de um exame exaustivo e diversas análises a encaminhou para um especialista em fertilidade. 


Foto: Gabi Menashe 
A consulta de fertilidade foi inicialmente para a Maria e para o marido um choque, pois estava fora de questão pensarem que seriam inférteis uma vez que já tinham um filho. Mas o diagnóstico era claro – sofriam de infertilidade secundária. 

Define-se por infertilidade secundária quando um casal que conseguiu previamente conceber sem recurso a tratamentos de fertilidade e medicação se encontra com dificuldades para engravidar novamente ou apresenta um quadro de repetidos abortos.

Há vários aspectos que contribuem para um aumento de casais a sofrerem de infertilidade secundária sendo o fator principal a idade da mulher. Hoje em dia as mulheres tem filhos cada vez mais tarde, pelo que a maioria quando decide ter um segundo filho já ultrapassou largamente os 35 anos de idade, altura em que a qualidade e a quantidade dos seus óvulos começa a diminuir. As capacidades reprodutivas de uma mulher podem sofrer um grande declino passado pouco tempo, mas o mesmo já não acontece com tanta frequência no que respeita à qualidade seminal.

No caso de Maria e do marido, era exactamente o que se passava. Maria tinha tido o primeiro filho aos 34 anos e agora com 37 estava com dificuldades em engravidar. Após consulta com o especialista verificou-se que a sua reserva de ovócitos tinha diminuído e que inclusive apresentava alguns ciclos sem ovulação. Aparentemente os parâmetros seminais estavam bem e o casal ia agora iniciar um ciclo de inseminação artificial. Esperemos que corra tudo bem e que em breve o Francisco possa ter um irmão/irmã.

Qualquer casal que procure gravidez e que esteja com dificuldades para conceber deverá consultar um especialista. Para aqueles casais em que a mulher tem mais do que 35 anos não convém esperar mais do que 6 meses de tentativas falhadas para fazerem uma avaliação. 

#infertilidade; #infertilidadesecundaria; #qualidadeseminal; #qualidadeovocitari

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