quinta-feira, 10 de abril de 2014

Tenho síndrome do ovário poliquístico. O que é isso?

O Síndrome do ovário poliquístico (SOP) é um dos distúrbios endócrinos mais comuns nas mulheres em idade reprodutiva. Esta doença afecta entre 5-10% das mulheres em idade fértil das quais aproximadamente 20% são obesas, e está frequentemente associada à resistência à insulina, acompanhada por hiperinsulinemia (níveis excessivos de insulina no sangue) compensadora, hiperandrogenismo (níveis elevados de androgénios, hormonas masculinas, no sangue) e obsesidade. Nas formas mais leves da SOP, não há propriamente manifestações físicas, apenas uma maior dificuldade de obter gravidez e também uma maior probabilidade de abortos espontâneos.


A SOP está geralmente associada a uma causa genética, no entanto ainda não foi possível identificar o gene responsável por esta doença. Pensa-se que o que leva ao seu aparecimento será uma interacção de um pequeno número de genes entre si, em conjugação com uma série de factores ambientas.

Como diagnosticar esta doença?
Esta doença foi descrita pela primeira vez em 1935 por Stein e Leventhal, e desde então têm sido encontradas algumas variações desta síndrome.
Segundo os critérios definidos em 2004 pela ESHRE (European Society of Human Reproduction), para determinar a presença de SOP, a mulher deve manifestar pelo menos dois dos seguintes sintomas:

- oligovulação (menstruações irregulares, menos de 9 menstruações por ano) ou anovulação (sem ovulação);

- sinais clínicos e/ou bioquímicos de hiperandroginismo (que se pode manifestar por excesso de pelo nas costas e na cara e queda de cabelo);

- ovários de aspecto poliquístico. Isto é, ao ser realizada uma ecográfica, deve ser possível observar a presença de 12 ou mais folículos em cada ovário
de 2 a 9 mm de espessura, ou um ovário com tamanho aumentado. Convém referir que aproximadamente 25% das mulheres em idade reprodutiva apresentam ovários com muitos folículos e que portanto aparentam um aspecto poliquístico.

As mulheres que apresentam ovários poliquísticos, apresentam uma disfunção ovulatória o que lhes causa infertilidade.

Como tratar?
1) Alteração do estilo de vida. Como a grande maioria das pacientes é obesa, e por si só a obesidade conduz a alterações no ciclo menstrual, é importante que estas mulheres percam peso, fazendo dieta e exercício físico.
Se o IMC da mulher for superior a 28 KG/m2 será sempre aconselhável a mulher perder 5 a 10% do seu peso, uma vez que por si só isto pode ser suficiente para recuperar a função ovárica e melhorar a resposta ao tratamento.

2) Indução da ovulação. A grande maioria destas mulheres é estéril pois não tem ciclos ovulatórios. Deste modo, se o problema do casal for de momento os ciclos anovulatórios da mulher, pode ser realizada uma estimulação suave dos ovários de forma a obter apenas um ou dois folículos e realizar um coito programado ou uma inseminação intra-uterina.

3) Fecundação in vitro. Caso os tratamentos de inseminação artificial ou de coito programado não tenham resultado, ou no causo de existirem outras causas de infertilidade que não apenas a SOP é recomendada a realização de fecundação in vitro.

Até o momento não foi descoberta a cura para a SOP, no entanto é possível controlar os seus sintomas e prevenir efeitos secundários indesejados.

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